2 de janeiro de 2013

Máquina de fazer $...





Há muito, muito tempo que venho ensaiando este post. Enfim, parece que hoje ele sai... da cabeça para a tela do computador! Here we go...

Faça o seguinte: acesse www.lojakhort.com.br e olhe por 2 minutos para a animação em flash que aparece na parte superior esquerda da sua tela.

Pronto?!...

Cansou?!

Durante os dois minutos que você passou visualizando a animação, o autor desta invencionice ganhou mais alguns reais. Não poucos, estou apenas trabalhando minha modéstia alheia.

Aposto que você pensou: “cara, como é que eu não tive essa ideia antes?” É tão simples: uma lâmina, duas laterais, um rachado no meio... e pronto... Teria inventado o cortador de sachês mais prático do mundo e estaria rico agora. Mas não está... não é mesmo? E nem teve esta brilhante ideia antes. Porque quem inventou o Khort, foi o Leopoldo Almeida.

Mas como pensar no que ninguém pensou? É melhor inventar, reinventar, simplesmente inovar? Devo partir de ideias genéricas para a formular outras novas ideias? Não sei! Se soubesse não estaria escrevendo aqui no blog, e sim inventando alguma coisa completamente inusitada e inesperada.

O que quero reforçar aqui é que todos nós temos nosso momento pulo do gato. Aquele em que percebemos que acabamos de criar (ou recriar) alguma coisa e, que isso pode mudar nossas vidas. Basta que sejamos um pouco mais sensíveis, atentos e menos críticos das nossas próprias ideias. Dizer que uma ideia não vale a pena durante um brainstorm é o mesmo que podar uma árvore antes de ela enraizar. O importante não é fazer sentido no momento, é ser possível amanhã.

A história de como o Leopoldo chegou a esta invencionice é muito simples e é ele mesmo quem conta – ao site http://www.direitoenegocios.com:

“Adoro mostarda e ketchup e não vivia uma boa experiência quando consumia os molhos em sachê. Abrir as embalagens sempre era um problema. Até que um dia, o dono de uma lanchonete me ofereceu os sachês já com as pontas cortadas e vi que era possível resgatar o conforto que as bisnagas proporcionavam, sem correr o risco de intoxicação.” 

Brilhante ideia!

A mensagem que quero deixar aqui, não é só a da cabeça pensante, mas também a das mãos ativas e a da esperança de dias melhores. Conta-se que o Leopoldo estava desempregado quando realizou o Khort. Neste momento, em que a maioria tende a ficar depressiva e desacreditada, ou simplesmente se encostar nas parcelas do INSS, o sujeito investiu no desenvolvimento de um protótipo de seu produto, pegou dinheiro emprestado com a irmã para produzi-lo, buscou investimentos, patenteou-o internacionalmente e fez pesquisas para adequá-lo as necessidades do mercado. O resultado: Leopoldo recebeu o prêmio “Best Invention Of The Américas” de 2010.

Não satisfeito em ser mais um item na mesa de uma lanchonete, o Khort se revolucionou e adequou: tornou-se duo e, mais recentemente, quádruplo (além de cortador, ele é porta guardanapo, porta canudo e porta sachês – chama-se BiFour). Na Café&Cia, utilizamos este tipo de Khort. Um volume só, que não ocupa espaço nas mesas e é multifuncional. Veja:








A realidade é dura e fria: conseguir investimentos para start ups é uma guerra a ser travada contra a descrença da maioria, por melhor que seja a ideia. Além disso, nosso país não incentiva o empreendedorismo jovem; as linhas de crédito são completamente inacessíveis e desconsideram o poder de sucesso de qualquer criação – elas só levam em conta o carro ou a casa que você tem e que pode oferecer como garantia no caso de um empréstimo. Mas existem maneiras de fazer. Comece pequeno... e ganhe o mundo. Eu sei – se sei – como ficamos ansiosos para que o mundo desfrute das nossas ideias, pelo retorno financeiro e pelo reconhecimento profissional. Mas comece crendo em você, na sua capacidade de criar e construir... faça as pazes com seu desenhista de ideias interior!

Não... esse não é um texto de autoajuda. É uma mensagem para mim também!

E se você ainda não teve sua ideia fantasticamente “fodastica”, não se preocupe. Geralmente ideias assim brotam do nada, quando você está comendo aquele sanduíche que adora, usando a roupa mais maneira que tem no guarda-roupa e espreme o sachê de ketchup para abrí-lo. Ups...




23 de maio de 2012

Canta comigo, Fábio!?




Resolvi fazer uma seleção de músicas brasileiras para postar aqui. Não sou um expert no assunto, mas um grande admirador da boa música, desde que bem cantada, bem tocada e principalmente, bem escrita. 

Escolhi músicas que contam história, trazem uma mensagem ou nos fazem dar boas gargalhadas de situações que vivemos no cotidiano, cantadas por novos talentos e gente consagrada. 

Fica aqui, então, minha singela homenagem aos que tem o dom de transformar belas palavras em gostosas canções. Uma forma singela de reconhecer tamanho talento!

Are you ready to be entertained?


1. Dani Black - Me pega de jeito 


O jovem cantor e compositor Daniel Espíndola Black é filhos dos renomados músicos Tetê Espíndola e Arnaldo Black. Desde cedo já acompanhava a mãe em espetáculos. Aos 12 anos, em 2000, Dani Black conquistou notoriedade ao integrar o time de cantores do extinto programa mirim Gente Inocente, comandado por Márcio Garcia, nas tardes de domingo da Rede Globo. Ele foi aluno da CLAM, escola de música do grupo Zimbo Trio, onde aperfeiçoou suas técnicas de violão e composição. 



2. Vanessa da Mata - Bolsa de grife



Vanessa da Mata nasceu em Alto Garças, Mato Grosso, uma pequena cidade a 400 quilômetros de Cuiabá. Possui ascendência, através da avó materna, de índios Xavantes. Ouviu de tudo na infância. Em 1997, com 21 anos, conheceu Chico César. Com ele, compôs "A força que nunca seca". A música foi gravada por Maria Bethânia, que a colocou como título de seu disco de 1999. A voz e a presença de Vanessa começavam também a chamar atenção. Fez participações em shows de Milton Nascimento, Bethânia e nas últimas apresentações de Baden Powell: estava pronta para estrear em carreira solo.





3. Marisa Monte - Hoje eu não saio, não






Marisa de Azevedo Monte é uma consagrada cantora, compositora e produtora musical brasileira. Estudou canto, piano e bateria na infância. Aos dezenove, mudou-se para a Itália, mais especificamente para Roma, onde durante dez meses estudou belcanto, do qual desistiu em seguida. Passou a fazer apresentações em bares e casas noturnas cantando música brasileira acompanhada de amigos. Marisa Monte já fazia muito sucesso de público e crítica antes de ter o primeiro disco gravado, o que só veio a acontecer com Marisa Monte ao Vivo (1988). Adotando uma postura cool, a cantora procura evitar a superexposição na mídia, e se mantém afastada dos meios de comunicação quando não está em turnê de lançamento de um disco novo. 



4. Maria Gadu - Linha tênue






Maria Gadú sempre foi precoce. Paulistana da Vila Mariana criada por uma mãe atenta e dedicada ao talento da filha, preferia a companhia dos adultos da casa – e da música, que lá se ouvia, fique bem claro - a das outras crianças. Ao fazer de tudo para aproximar os pequenos amigos da filha, enchendo a casa de atrações em tinta, discos e brinquedos, D.Neusa, mãe de Gadú, propiciou o ambiente onde a menina, sem saber, iniciaria a sua formação artística em laboratório particular. Na companhia da mãe e da avó, Maria conheceu o repertório de cantores e cantoras que a influenciariam: Carmem Miranda, Dolores Duran, Adoniran Barbosa, Maria Bethânia, Caetano, Chico Buarque, Gal Costa.

Deu para notar a supremacia feminina, ? Isso só aconteceu porque eu só conheço essas. E você, tem alguma para indicar?


5 de maio de 2012

Tudo falha e ninguém é perfeito!


Olá, pessoal!

Primeiro quero agradecer quem já passou por aqui. A quem comentou e a quem também não fez. Obrigado por gastar um "cadim" do seu tempo comigo e com o que eu escrevo. Fica a vontade... toma um cafezinho. Senta na janela e toma conta. o "trem" é seu!

E vamos ao post:

Essa menina começou a me seguir no Twitter hoje. Como tenho pouquíssimos seguidores (23 followers. Rs. Inclusive não seria nada mal a campanha "vamos seguir o Diego no Twitter!), sempre que algum novo louco aparece, procuro saber quem é. 


O nome artístico é Mari BlueDescobri que é cantora, compositora e atriz, não muito conhecida. Mas tem uma linda voz. Mora no Rio de Janeiro e é estudante de Direção de Arte. Tem apenas 22 anos.

Visitei o blog dela e o primeiro vídeo que vi foi esse, da música "A gente", que ganhou o  primeiro lugar local e o terceiro geral no festival FEMURC, de Rio Casca:


Cantar sobre coisas corriqueiras não é novidade para nenhum artista. Mas é bacana dar de cara com uma música que decide analisar as diferentes "gentes" que há por aí: as mentirosas, sorridentes, quentes, heroicas, corrosivas, inocentes. E no final, a constatação de que somos uma mistura de defeitos e qualidades e que o importante é saber lidar com todo o tipo de gente, fecha com chave de ouro o cliché respeitável e que muito poucos põe em prática, do não precisamos nos gostar, mas nos respeitar é o mínimo que podemos fazer. 

Destaco ainda a parte de uma das estrofes que diz que "tem gente que é contente, sorridente, vive num comercial de pasta de dente". É de uma criatividade elogiável e poética. Sim! Por que não? A "gente que vai a missa pra dormir em pé" também é destacável. 

As outras músicas do primeiro CD da Mari podem ser baixadas gratuitamente aqui. Não ouvi todas elas, mas parece ser bacana. Quem tiver espaço livre na playlist e quiser se aventurar, não perca tempo.


Boa música é difícil de encontrar! Belas vozes também! Num mundo em que os cantores e cantoras são reconhecidos por sua beleza e não por sua voz e pelo que tem a dizer, encontrar qualidade e inteligência numa composição é quase como ganhar na loteria. Sem a parte ruim de ter que pagar impostos...

30 de abril de 2012

Marketing: Vale o quanto Custa




“Vender é uma arte!”

“Bom vendedor, vende até picolé no Alasca!”

E para ser um bom vendedor, há quem estude! É isso mesmo, minha gente. São quatro anos de faculdade e nome do curso é Publicidade. 

A Publicidade é a prova de que se você conseguir criar uma necessidade para um produto, seja ele que produto for, fazendo rir ou chorar, pode cobrar por ele o quanto quiser. E às vezes mesmo não valendo tanto assim, ele costuma custar caro.

Selecionei alguns comerciais televisivos (somente os que consegui me lembrar) que acho que vale a pena (re)ver e discutir. Muito criativas, tais peças publicitárias provavelmente marcaram sua vida, seja porque você comprou o produto por causa dela (e viu que não era nada do que esperava, que o gosto não era tão bom assim...) ou porque você não aguenta mais vê-la passar na TV, a cada intervalo comercial.

Casas Bahia: "Quer pagar quanto?"


Pode admitir! Eu sei que você também xingava esse cara toda vez que ele aparecia na sua TV perguntando: "quer pagar quanto?"! O nome do rapaz é Fabiano Augusto e ainda hoje ele faz propagandas, porém para empresas menores ou com um número menor de inserções no horário nobre. 

Na época do auge da "afirmação" do conceito de loja popular das Casas Bahia, Fabiano chegou a gravar 17hs seguidas e abandonou um programa de TV que apresentava numa emissora menor para se dedicar somente aos comerciais. Nada sutil, algum tempo depois, a rede decidiu desvincular a marca da imagem de Fabiano, colocando uma parceira para fazer as propagandas com ele. Aos poucos ela começou a aparecer mais e em determinado momento substituiu o rapaz. 

Ah! E essa história de "quer pagar quanto?" deu pano para manga. Extraoficialmente, diz-se que alguns juízes concederam a clientes da rede o direito de comprar produtos de altos valores pagando aquilo que queriam.

Havaianas: "TPM"


Na boa?! Eu acho que essa é a propaganda mais criativa dos últimos tempos. Não há o que falar! Sacada sensacional! "Nada não. Só pra você saber como é uma TPM."

Visa - "Bala de Troco"


Vai dizer que você não se pegava cantando a letra do single desse comercial? Ariscando no portunhol? A Adriana fazia sempre!

Tang - "Quero mais!"

Quem não se lembra do Jaime? "Jaime, onde está o Tang do menino?"
Desse, infelizmente não consegui o vídeo. 

Bombril - "Mil e uma utilidades"


Esse é um clássico da TV, não é mesmo?
Carlos Moreno foi garoto-propaganda da marca durante muitos anos e "interpretou" mil e um personagens. A Bombril deixou de anunciar durante alguns anos mas voltou em meados de 2000.

Nissan - "Pôneis Malditos"


Sem comentários!

Red Bull - "Jesus"


Esse é sem dúvida o mais controverso de todos! Divide opiniões a torto e a direita.
Não vou discutir questões religiosas aqui, nem escrever sobre preferências. Vou só ressaltar o tamanho do risco que uma companhia corre quanto vai contra a crença de uma nação "quase que inteira" e veicula uma propaganda com esse teor. Pode dar muito certo, mas pode dar muito errado também!

Atenção para ele escorregando no final e exclamando: "Jesus".

Hyundai - "IX35" e "Veloster"

Escolhi duas propagandas da Hyundai. 

A primeira para discutir a capacidade que a propaganda tem de recriar uma marca. Totalmente descartável até a criação da nova identidade, a Hyundai quase faliu. É óbvio que não podemos esquecer a reestruturação na forma de fazer os veículos, que teve mais peso que a propaganda em si, mas isso não é também uma maneira de se promover? Se você vê um carro lindo desse e a propaganda te diz que este é o melhor carro do mundo, você vai duvidar?


A segunda é mais uma curiosidade que qualquer outra coisa. Foi censurada por ser considerada muito "forte" e, portanto, inadequada em alguns países da Europa. Apesar de estar em outra língua, você vai entender o contexto sem dificuldades. 



E você, tem alguma propaganda preferida ou que gostaria de rever ou comentar? 

29 de abril de 2012

Com quantos jargões se faz a Internet?




Apesar de ter surgido durante a Guerra Fria, só a partir da década de 1990 é que a Internet começou a se tornar acessível a grande massa da população. Antes disso, essa “mídia” era privilégio de exércitos e usada como arma (de comunicação). Teve também um período em que foi destinada a fins acadêmicos, entre as décadas de 1970 e 1980.

Porém, indiscutível é, que desde o seu surgimento, a Internet vem evoluindo na velocidade da luz. ICQ, My Space, Orkut (você ainda se lembra dele?). Qual será o próximo produto da Internet a virar passado?

A verdade é que quem não acompanhar o desenvolvimento dessa “máquina”, vai ficar para trás. É bem provável que em alguns anos, o “analfabetismo digital” seja tratado como prioridade pelos governos. Copia aí o que eu estou escrevendo!...

Mas esse post não é sobre o futuro. E sim sobre o poder que a Internet tem de trazer para o presente algumas relíquias do passado, de oferecer às pessoas a possibilidade de analisar “criticamente” determinados fatos, antes vistos uma única vez e que, provavelmente, passavam despercebidos.

Obviamente, só detém o poder de interferir no nosso presente, instrumentos aos quais nós, os “homens”, oferecemos a chance de exercer esse poder. Aparentemente é isso o que fazemos com a Internet.

“Aham, Claudia. Senta lá!”. Quantas vezes você já ouviu esse “jargão”, classificável como dito popular e aplicável as mais diversas situações, desde as de descrença, ironia e zombaria barata? Muitas, provavelmente! E existe também grande possibilidade de você desconhecer sua origem.  Se desconhece, continue a ler. Se conhece, apenas assista o vídeo abaixo. É hilário e a prova de cansaço!


Enquanto apresentava, ao vivo, o programa infantil Clube da Criança, da década de 1980, na extinta TV Manchege, que trazia atrações musicais, desenhos animados e uma espécie de gincana, com brincadeiras no palco, a apresentadora Xuxa Meneguel recebeu da produção a dica de qual seria a próxima atividade. Para fazer a tal brincadeira era necessário que as crianças, que a rodeavam, deixassem o palco e voltassem aos seus lugares. Só que criança, sacomé, né? Quer ficar ali, fazer bagunça e curtir o momento. Afinal, apesar de parecer totalmente verde para nós, por conta da qualidade do VT, o cenário do programa era colorido e cheio de formas capazes de deixar qualquer uma delas atiçada. A apresentadora então, pede que eles se sentem uma, duas, três vezes. E nada! Aí a coisa começa a ficar feia. Ela perde a paciência! Fato! O vídeo não me deixa mentir.

Cláudia, menina serelepe e ativa, decide dar uma volta ao redor da apresentadora, tipo 360º. Acontece que no meio do caminho ela encontra um pedacinho de papel. Bem educada, prestativa e louca para ajudar, a menina mostra o papel a Xuxa e diz algumas palavras, impossíveis de serem decifradas (provavelmente: Xuxa, olha aqui que eu achei... é seu?). E é então que a mão fez um “sai para lá” e a rainha dos baixinhos solta o bordão mais famoso da internet: “aham, Cláudia. Sentá lá!”

Não vou discutir aqui se Xuxa tem ou não tino para lidar com crianças. Vamos deixar isso para os comentários dos vídeos do YouTube. Reflitam, porém, sobre a capacidade que 5 segundos de imagem tem de produzir cultura. Sim, isso é cultura! Puramente popular. Você acha que não?

Apesar de famoso na Internet e de ter ganhado as bocas da população, também off-line, nem todo mundo ficou conhecendo o jargão/bordão.  O Jô Soares, por exemplo, só ficou sabendo da existência dele durante uma entrevista (ele provavelmente foi se inteirar... saber do que se tratava depois dessa):


Bom, se curtiu saber onde essa história toda começou, tem um botão para Compartilhar essa postagem no Facebook logo abaixo do texto. Ah, não gostou? Não mesmo? “Aham, Cláudia. Senta lá!”.  #clichê  #criatividade0

28 de abril de 2012

"Bancos Baixam Taxas de Juros": E agora, José?




O texto é longo, mas vale a pena. Eu garanto!

Outro dia, né... (não, essa não é uma continuação do post anterior) assistindo TV, me deparei com a propaganda da Caixa Econômica Federal sobre a redução das suas taxas de juros. Nos dias seguintes, a iniciativa foi amplamente divulgada pela imprensa, na própria TV, internet, revistas e jornais especializados. Não muito depois, o Banco do Brasil também gastou alguns milhões promovendo a redução das suas taxas de juros em horário nobre. Sem surpresas, Itaú-Unibanco, Santander, HSBC e alguns outros seguiram pelo mesmo caminho e fizeram downgrade.

Decidi então, mais que depressa, ligar para o meu pai para falar sobre a tal mudança. Ele é microempresário (em Lajinha, no leste de MG) e como todo, como ele mesmo diz “micoempresário”, poderia se beneficiar com as taxas menores. Quem sabe adquirir capital de giro, empréstimo para compra de maquinário e acessórios, financiamento de automóveis?... Comprar um jatinho para eu usar nas minhas visitas?! Não? Não. Acho que isso não.

Para a minha surpresa, ele desconhecia as tais mudanças. Não tinha visto na TV, ou se viu, não entendeu o que isso poderia significar na prática para ele (totalmente compreensível, se você levar em consideração que a coisa toda foi muito mal explicada, apesar de amplamente divulgada e que só um especialista em economia seria capaz de desmistificar aquela bagunça. E quem melhor que o gerente do banco dele, a quem eu o aconselhei a procurar, para executar tal tarefa?). O mais certo é que alguns outros milhões de telespectadores continuem, até o presente momento, sem entender. 

Dispus-me então a, apesar de alienado e sem nenhuma vocação para economista (estudei ciências humanas), tentar compreender esse ninho de magafagafas e trazer para quem, assim como eu quer esclarecer a queda nas taxas de juros para os pais, ou pretende mergulhar de cara num empréstimo a perder de vista, um pouco de informação clara e entendível. Não vou falar de números, porque isso não faria diferença. O negócio é fazer as contas e comparar. Mas algumas dicas eu sou capaz de dar.

A primeira coisa que você deve saber, é que tais reduções de juros se aplicam, quase que exclusivamente a quem é correntista do banco. Desta maneira, dificilmente você vai conseguir um empréstimo no banco “X”, com baixas taxas de juros, se você não mantém ou nunca manteve relação financeira com aquela instituição.

Uma forma inteligente de passar a se relacionar financeiramente com um banco que tenha taxas de juros menores que as da sua atual instituição financeira, é transferir a sua conta salário (se você é assalariado) para esse banco. A conta salário não pode cobrar taxas pelas movimentações (transferências) e na maioria dos bancos tem juros menores para cartões de crédito e cheque especial. Os bancos públicos, ainda são, os que oferecem as menores taxas. A Caixa Econômica vem na frente, cobrando as menores.

O segundo ponto importante a se observar, é que apenas a Caixa Econômica, até o presente momento, reduziu as taxas de juros para empréstimos destinados a compra da casa própria, através do programa Minha Casa, Minha Vida. Nas outras instituições financeiras, as reduções se aplicam em ordem de importância e taxas a empréstimos consignados (coitados dos aposentados e funcionários públicos), empréstimos pessoais e para micro e pequenas empresas.

Outra constatação importante é que as tais reduções ainda não atingiram todas as financeiras de veículos; e por conta disso, comprar um carro 0km custa, a longo prazo, bem menos que comprar um usado. Sem contar que um carro novo tem garantia de fábrica e tecnicamente depende de menos investimento em manutenção. Mas tudo depende de quanto dinheiro você tem no bolso, é claro. Uma boa entrada faz com que os juros de qualquer financiamento fiquem menores, isso porque você pagará o empréstimo em menos (não menas) vezes.

Por todo lado, especialistas em finanças tem dito que se você já deve, é quase que um dever tentar renegociar com seu banco as taxas de juros do seu empréstimo. Isso porque a redução, na maioria dos casos, se aplica a novos contratos e não prevê a revisão das taxas dos contratos ativos. E agora, meu caro amigo leitor, você tem um coringa na manga. Isso mesmo: se o seu banco não estiver disposto a negociar, simplesmente procure outra instituição financeira que ofereça juros menores, empreste o dinheiro necessário para quitar a dívida inicial e pague parcelas mensais menores. Apresentar ao seu gerente as taxas de juros oferecidas pelo outro banco, para ver se ele cobre, é também um trunfo para conseguir melhores negociações.

Então não fiquemos parados. Enquanto você lê este post, as instituições financeiras do Brasil ficam mais e mais ricas. Nosso país segue na contramão do restante do mundo, e isso não é nenhuma novidade. Nos Estados Unidos, por exemplo, a rentabilidade sobre os bancos é de 7%, enquanto no Brasil, de 14%. Isso porque o banco pega empréstimos  pagando taxas de 9% e empresta com taxas de até 80% ao consumidor final. Enquanto em países desenvolvidos o negócio dos bancos é fazer um grande número de empréstimos com juros menores e lucrar na quantidade, no Brasil os bancos emprestam a poucos com altíssimas taxas de juros.

Baixar as taxas de suas instituições financeiras, incentivando o crédito e forçando os bancos privados a fazerem o mesmo, foi um risco assumido pelo governo como medida para acelerar o crescimento da economia. Isso na teoria não significa muito para nós, é verdade. Mas na prática, quer dizer que teremos mais dinheiro circulando no mercado, e consequentemente mais dinheiro no bolso.

Mas muito ainda precisa ser feito. As altas taxas de inadimplência fazem com que os bancos burocratizem demais o processo de concessão de crédito; em decorrência disso, menos gente tem acesso ao dinheiro e a economia cresce menos. Enquanto se exigir que um microempresário apresente dezenas de fiadores para conseguir um empréstimo, for necessário revirar a vida do sujeito de cabeça para baixo para que ele consiga dinheiro para comprar um carro popular e o BNDS emprestar milhões de reais a grandes empresas e nem se quer se relacionar os pequenos, fica difícil falar em economia limpa, justa e sustentável. 

27 de abril de 2012

Trio Parada Dura




Pois bem: é fuçando que se acha.

Já deixei claro aqui que eu fuço. Fuço mesmo! Rs. E foi numa dessas, há muitos anos atrás (não sei dizer exatamente quanto, data não é o meu forte. Deve ser alguma coisa por volta de 2007), depois de assistir toda a parte musical de um DVD que encontrei essa preciosidade.

Ana & Jorge, lançado em 2005, é resultado da captura de um show extra, no qual dividiram o palco, Ana Carolina e Seu Jorge. O evento fez parte do Projeto Tom Acústico, que se propunha a reunir artistas de diferentes estilos musicais, mas que tinham afinidades, no Tom Brasil, em São Paulo.

Um show fantástico, que reuniu o melhor dos dois: “Carolina”, do Seu Jorge e “Garganta” da Ana Carolina, por exemplo, estão na playlist. O DVD tem 20 faixas.

Mas não é sobre música que vou escrever hoje. Nem sobre a Ana Carolina. Tampouco sobre o Seu Jorge. Hoje o texto vai discutir uma ínfima parte do trabalho da Elisa Lucinda. Não sabe quem é ela? Não se culpe. Eu também não fazia a mínima ideia. Mas daí pesquisei e descobri que já conhecia. Só não tinha ligado o nome a pessoa, ou melhor dizendo, o trabalho a pessoa.




Elisa (essa aí da foto), nascida em 1958 é, preparem-se: poetisa, atriz, jornalista e cantora. Em 2010, foi agraciada com o "Trofeu Raça Negra 2010", que reconheceu sua contribuição à cultura brasileira.  Fez diversos trabalhos na TV, no cinema e no teatro. Escreveu livros e gravou CDs de poesia.

O livro “Contos de Vista”, lançado em 2004, esse que a Ana Carolina segura e lê enquanto representa (fantasticamente, a propósito. Sem tamanha interação com o texto, eu dificilmente teria chegado ao final dele.) traz a seguinte sinopse: “Depois de ter publicado seis livros de poemas e um infantil, a autora, [...] resolveu tirar das gavetas inúmeros escritos, guardados desde a época em que ainda não sonhava em ser considerada a mulher multimídia que é, além de ser conhecida como um dos maiores acontecimentos da poesia brasileira dos últimos tempos.”

O conto em questão, “Alfredo, é Gisele” foi uma forma bem humorada e extremamente inteligente de discutir um tipo diferente de preconceito (do ponto de vista de quem tem teto de vidro) do discutido no episódio do “Você Decide” de 1997, do qual Elisa participou, e que abordou esse mesmo substantivo. Além de "declamado" por Ana Carolina,  o texto adaptado virou um curta, pouco divulgado, mas que está no YouTube, claro: 




E esse não foi o único texto da Elisa lido por Ana Carolina no show. O político “Só de Sacanagem” recebeu algumas alterações e também foi “contado” (de acordo com a cantora, foi preciso convencer a diretora a deixá-la lê-lo).

Lembro-me de ver e ouvir Alfredo, é Gisele” vezes seguidas. Mostrar para minha irmã e vê-la fazer o mesmo, outras tantas vezes. Procurar na internet, imprimir e mostrar para os amigos. De anos depois, na faculdade, apresentar a minha turma de faculdade (aos que ainda não conheciam, obviamente) em um trabalho sobre Cultura que fizemos num desses tantos semestres. É pano “pra” manga e história para contar.

E aqui está . Divirtam-se, sempre com moderação, claro. E comentem, que eu gosto!

E se quiserem, procurem saber mais sobre a Elisa e seus escritos. Vale a pena. Quem fez não se arrependeu!